Hoopers Mock Draft 2023

Tudo sobre o Draft da NBA

Terminada a época, aproxima-se o início fora de campo para próxima temporada, com a primeira paragem a ser Brooklyn, onde se realizará o Draft de 2023, com alguns dos melhores jovens talentos do mundo, todos com esperanças de entrar na liga mais competitiva do mundo.

Dito isto, deixamos-te com uma pequena lista de possibilidades de cenários a ter em conta para todas as equipas presentes na “lotaria” (top-14), na noite de dia 22 de junho:

Pick 1 – San Antonio Spurs – Victor Wembanyama

Certamente a escolha mais fácil dos últimos anos, a mais unânime ao longo da época e sem dúvida nenhuma a coisa que irá acontecer. Com a primeira escolha do Draft de 2023, os Spurs irão adicionar ao seu plantel jovem uma das maiores promessas desde Lebron James em 2003, Victor Wembanyama.

Toda a gente que esteja minimamente a par do desporto e da NBA já ouviu o nome deste jovem francês com apenas 19 anos, mas uns absurdos 2.21m, tornando-o no jogador mais alto desta classe. Mesmo com esta altura estratosférica, Wemby (como é conhecido), oferece tudo o que se pode pedir num jogador, registando médias de 21.6 pontos, 10.4 ressaltos e 3.1 desarmes de lançamento ao longo da época ao serviço do Metropolitans 92, na primeira divisão francesa. Para além disso, conquistou os prémios de Melhor MarcadorMelhor Jogador JovemMelhor Defesa e ainda o ilustre prémio de MVP da liga.

O potencial por si só é suficiente para tomar a decisão desta escolha, mas esta amostragem significativa durante a temporada torna tudo ainda mais simples para o front-office dos San Antonio Spurs

Pick 2 – Charlotte Hornets – Brandon Miller

Aqui começam as dúvidas e rumores, surgindo muitas conversas de trocas com diversas equipas como os New Orleans Pelicans ou os Minnesota Timberwolves, os Charlotte Hornets podem escolher 1 de 3 possíveis caminhos com esta seleção.

Caso optem pela troca desta pick, alguns jogadores que podem integrar esta transição são Brandon Ingram ou Karl-Anthony Towns, preenchendo posições em défice para a equipa de Steve Clifford.

No entanto, a possibilidade mais provável segundo algumas fontes seguras da franquia será a escolha de Brandon Miller, um extremo muito habilidoso no lado ofensivo do campo, tendo vencido o prémio de melhor jogador da conferência SEC nesta última temporada pela Universidade de Alabama. Esta escolha faz sentido considerando que os Hornets já têm o seu base ideal, LaMelo Ball, sendo uma parceria extremamente promissora com Miller, combinando o playmaking de LaMelo com a versatilidade ofensiva do rookie, poucas defesas conseguirão aguentar esta dupla.

Pick 3 – Portland Trail Blazers – Scoot Henderson

Se a escolha dos Hornets era complicada de prever, esta é ainda mais, sendo ainda mais mencionada em conversas de trocas, com rumores a referenciar os previamente referidos e ainda mais alguns, tudo está dependente de um fator: Damian Lillard.

Com a sua permanência no plantel em risco anualmente, este ano considera-se a hipótese com cada vez mais seriedade, tendo uma pick tão elevada no draft, a possibilidade de conseguir uma nova peça que possa liderar o “franchise” ao tão desejado título no futuro é com Scoot Henderson, base que liderou os G-League Ignite na passada temporada, somando médias de 17 pontos, 5 ressaltos e 6 assistências por jogo, revelando grande maturidade em campo, quer pelo seu playmaking, ou pelo “shot-selection”, não sendo ainda um lançador acima da média, mas com grande potencial para melhorar nesse aspeto.

Scoot é ainda uma possibilidade para a segunda escolha, para os Hornets, caso estes prefiram tomar um outro rumo com dois bases de perfis semelhantes.

Pick 4 – Houston Rockets – Amen Thompson

Saído do top-3, o leque de escolhas passa a alargar bastante, especialmente para uma equipa como os Houston Rockets, que não têm muito já construído em termos de plantel, tendo peças jovens com promessa como Kevin Porter JrJalen GreenJabari Smith JrTari Eason e Alperen Şengün. Para além disto, contrataram o experiente Ime Udoka para a vaga de treinador deixada por Stephen Silas, com objetivo de começar a construir uma cultura nesta jovem equipa.

Dito isto, o futuro do franchise passa pelo draft, mas também pela Free Agency, com rumores a ditarem o regresso de James Harden ou a troca por Jaylen Brown como sérias opções nesta offseason. No entanto, a escolha mais provável irá rondar pelas mesmas posições destas duas estrelas, sendo Amen Thompson, base/extremo que jogou na Liga Overtime Elite com o seu irmão gémeo, Ausar (que será mencionado brevemente), com médias de 20 pontos, 8 ressaltos e 8 assistências por jogo, numa liga em que, com apenas 20 anos, eram dos mais experientes em campo.

Pick 5 – Detroit Pistons – Cam Whitmore

Tal como a segunda e terceira escolha, esta e a dos Houston Rockets é permutável, sendo Cam Whitmore o projetado a cair para a 5ª posição e para os Detroit Pistons.

À semelhança dos Rockets, os Pistons também pretendem concluir a etapa de rebuild num futuro próximo e começar a luta pelos playoffs e pelo título, através da contratação multi-milionária do treinador Monty Williams.

Whitmore oferece um extraordinário atleticismo, sendo explosivo e rápido, tanto na defesa como no ataque, provou-se em Villanova como um sólido defesa “on-ball”. Com médias de 12 pontos, 5 ressaltos e 0.7 assistências por jogo, um dos pontos fracos do seu portfólio é claramente o playmaking, não que seja um requisito necessário, mas que se fez sentir ao longo da temporada, sendo um fator a melhorar ao longo da temporada.

Pick 6 – Orlando Magic – Ausar Thompson

Como referido previamente, é aqui que entra o segundo irmão gémeo, Ausar Thompson, que também somou à volta dos 21 pontos, 9 ressaltos e 8 assistências por jogo na Overtime Elite, é um jogador interessante.

Tal como o seu irmão, é um defensor acima da média, com uma grande capacidade de interseção de passes, veloz e explosivo também no ataque. Em ambos os casos, precisam de desenvolver um lançamento exterior, para se provarem como sendo verdadeiros perigos dos dois lados do campo.

Juntando-se a Franz Wagner e Paolo Banchero, as possibilidades de utilização são infinitas, tanto pode ser através do uso de bloqueio direto, não sendo possível defender com um “drop coverage” devido à sua agilidade e rapidez, juntando à versatilidade ofensiva dos seus jovens colegas, será certamente uma adição divertida a esta equipa de Orlando.

Pick 7 – Indiana Pacers – Jarace Walker

Segundo algumas outras publicações, um dos 5 melhores jogadores deste draft, Jarrace Walker é a escolha ideal para os Indiana Pacers, um extremo vindo da Universidade de Houston, que oferece uma qualidade incomparável no lado defensivo do jogo, com um QI elevadíssimo para a sua idade, que o permite ser um defesa destemido, tanto na ajuda como na bola.

Do outro lado, é um sólido passador, com boa visão e qualidade, precisa apenas de trabalhar no seu lançamento exterior, que foi melhorando ao longo da época, mas ainda tem muito a fazer. Nesta equipa dos Pacers, no entanto, o lançamento não será tão relevante, estando em campo com Myles Turner, um dos melhores postes em termos de lançamento, sendo também assistido por Tyrese Halliburton, as opções ofensivas são, sem dúvida, muito entusiasmantes.

Pick 8 – Washington Wizards – Anthony Black

Com uma última semana de choque para algumas pessoas, Michael Winger fez o prometido e começou uma nova era nos Wizards, com as trocas de Bradley Beal para Phoenix e Kristaps Porzingis para Boston, surge uma nova oportunidade para os jovens jogadores de Washington, como Dani Avdija e Johnny Davis.

Então, com esta abertura no plantel, existem vários rumos que se podem seguir para este franchise, quer seja a escolha de um jogador com elevado potencial para desenvolver ao longo dos anos, ou de escolher um jogador já provado, forte em diversos parâmetros e que possa contribuir para qualquer cronologia do plantel. Para ambos os casos, a melhor aposta será Anthony Black, que jogou pela Universidade de Arkansas, marcando 13 pontos, 5 ressaltos e 4 assistências por jogo, com excelente eficácia. É visto como base, com 1.98m, é um dos melhores defensores para a sua posição, quer pelo seu grande QI de jogo, quer pelo seu tamanho.

Poderá ainda ter uma maior liberdade ao longo da temporada, caso escolhido e nesta situação ideal, que poderá conferir-lhe uma boa posição para estar na concorrência para o prémio de Rookie do ano.

Pick 9 – Utah Jazz – Cason Wallace

Esta pode parecer uma escolha um pouco antecipada, sendo apenas projetado para ser escolhido pela 12ª, 13ª pick, mas Cason Wallace é de longe o melhor base em termos defensivos desta classe. É uma escolha adequada no sentido em que os Jazz estão em fase de rebuild e em necessidade de adquirir um base para substituir Mike Conley que foi trocado a meio da temporada passada e, por esse motivo, é uma escolha que não seria assim tão descabida.

Wallace é um dos bases de topo no Draft, elite defensivamente, mas que deixa ainda muito por desejar ofensivamente, anotando apenas 13 pontos e 5 assistências pela Universidade de Kentucky, mas certamente com um potencial enorme para crescimento nas várias áreas do ataque.

É, de facto, uma escolha algo improvável, tendo em conta as previsões previamente feitas, mas acredito que entre Cason WallaceJordan Hawkins e Taylor Hendricks, um base como Wallace é o que faz mais sentido para uma equipa na fase de reconstrução dos Jazz.

Pick 10 – Dallas Mavericks – Taylor Hendricks

Assumindo que todas as escolhas ocorrem conforme previstas previamente, não há qualquer dúvida que Taylor Hendricks é a escolha ideal para os Dallas Mavericks, caso estes decidam manter a pick, contrariamente ao que vários rumores apontam.

Hendricks é um dos melhores extremos desta classe, com médias de 15 pontos e 7 ressaltos por jogo pela Universidade de Central Florida (UCF), mas que teve uma época surpreendente relativamente ao que tinha demonstrado no liceu. É um jogador muito atlético e elite defensivamente, ainda com algumas parcelas ofensivas por desenvolver, tem a capacidade de se tornar num sólido 3-and-D logo pelo início da sua carreira.

Para Dallas esta escolha faz todo o sentido, caso Kyrie Irving decida re-assinar com a equipa, Taylor Hendricks traz uma muito requisitada revitalização defensiva na equipa, juntamente com um lançamento satisfatório que pode contribuir de imediato para o sucesso da organização.

Pick 11 – Orlando Magic – Gradey Dick

Tal como mencionado para a 6ª escolha desta mesma equipa, com a adição de um dos “Thompson Twins”, a utilização de bloqueio direto vai ser muito perigosa para as defesas adversárias mas, caso consigam defender e impedir esta ação ofensiva, então se tiverem um jogador como Gradey Dick em campo, o melhor lançador exterior desta classe, tira um grande peso do “triângulo” ofensivo de ThompsonWagner e Banchero, sabendo que podem sempre passar a bola para fora, resultando num cesto de 3 pontos.

Dick lançou com uma eficácia absurda de 40% de 3 pontos, em mais de 200 tentativas, resultando em 14 pontos por jogo pela Universidade de Kansas, tornando-o em apenas no 7º jogador de sempre a conseguir este feito.

É uma mais valia onde quer que seja selecionado, apesar de não contribuir com muito para além do seu lançamento, é um jogador valioso na sua área, que pode ajudar bastante uma equipa como os Magic, equipa que terminou a passada temporada como uma das piores neste parâmetro.

Pick 12 – Oklahoma City Thunder – Bilal Coulibaly

Para uma equipa como os OKC Thunder, já com um “back-court” definido por Josh Giddey e Shai Gilgeous-Alexander, é nos extremos e a poste que se sente falta de alguém (para além do excelente achado que foi o Jalen Williams).

Apesar de Lu Dort ter assinado uma extensão que lhe garante um sólido contrato até 2027, esta posição mantém-se aberta para melhorias durante esse período de tempo, tendo resultado estes últimos anos, mas que se mantém incerto pelo regresso de Chet Holmgren e a presença de ambos em campo. Com isto em mente, Coulibaly é sem dúvida um projeto, com extremo potencial mas ainda muito cru, não sendo de esperar que seja imediatamente utilizado com grande volume, como foi o caso da passada temporada pelos Metropolitans 92, onde somou 16 pontos e 6 ressaltos por jogo ao lado de Victor Wembanyama.

É uma escolha acertada para uma equipa já nas últimas etapas do Rebuild, que já esteve muito próxima de chegar aos playoffs e, por isso, tem tempo e disponibilidade de desenvolver este tipo de talento, que pode ser um grande sucesso ou um sólido jogador de banco, essencial pela sua energia, motor e dedicação em cada jogada.

Pick 13 – Toronto Raptors – Jalen Hood-Schifino

Com a saída iminente de Fred Van Vleet de Toronto, cai do céu uma oportunidade para os Raptors adquirirem um novo base para o cinco inicial, um bom playmaker, não egoísta e que consiga marcar quando as opções estão esgotadas e que defenda acima da média. A opção perfeita é Jalen Hood-Schifino.

Jalen é um forte defensor na bola, relativamente alto, também contribuindo com uma afinidade por lançamentos de meia-distância e o previamente mencionado não egoísmo com a bola. Necessita ainda de grandes ajustes no seu lançamento exterior e na tomada de algumas decisões, mas que, após estas melhorias, não há dúvida que terá as chaves para a sua própria equipa, tal como Fred Van Vleet teve previamente, tendo demonstrado este sucesso pela Universidade de Indiana, onde registou 13 pontos, 4 ressaltos e 4 assistências por jogo.

Pick 14 – New Orleans Pelicans – Kobe Bufkin

Como muitas das equipas previamente mencionadas, existem muitas opções, não sendo um franchise em reconstrução mas também não estando a lutar pelo título, os Pelicans tanto podem perseguir um tão desejado base ou um poste dominante para substituir o por vezes ausente Jonas Valančiūnas.

Temos estas duas possibilidades, na eventualidade de não existirem as tão faladas trocas de Brandon Ingram ou mesmo Zion Williamson, sendo neste caso o mais provável de acontecer a escolha de um base para organizar melhor o jogo.

Para esse papel, Kobe Bufkin é o mais indicado, com médias de 15 pontos, 5 ressaltos e 3 assistências por jogo pela Universidade de Michigan, tendo sido um jogador que ascendeu um muitos “Big Boards” ao longo da temporada, tendo começado como um “role-player” e terminado como primeira opção ofensiva da equipa.

Bufkin oferece um jogo muito equilibrado em todos os parâmetros, é bom a atacar o cesto, no lançamento interior e exterior, contribuindo também pela sua visão e QI elevado, juntamente com uma sólida habilidade defensiva. Existem poucas opções melhores para ocupar esta vaga no plantel de New Orleans, por isso Kobe Bufkin preenche muitas das necessidades deste franchise que procura as últimas peças para avançar nos playoffs durante os próximos anos.

Assim definida a lotaria, existe muita margem de manobra, com grandes nomes deixados de fora, mas que muito facilmente entram neste top-14, como Derek Lively IIJett HowardJordan Hawkins e Nick Smith Jr, as opções são elevadas, com possibilidades de preencher muitos papéis essenciais em várias equipas em necessidade.

Com base na situação do plantel e pela qualidade dos jogadores à sua volta, quem será o melhor jogador jovem do ano? E a melhor revelação?

Escrito por: Martim Andrade