Uma fachada alta anuncia o Centro Cultural de Cabo Verde. No hall de entrada, o Ivan conversa com dois trabalhadores da instituição. Discute-se em crioulo a reta final da Liga Betclic. Avançamos para dentro do edifício e chegamos a uma sala ampla e luminosa. As paredes estão preenchidas com retratos de astros da música do arquipélago. Junto a uma grande janela central, um piano coroa o espaço. “A música surge antes do basket, claro” [risos], e com o braço vai legendando as imagens: “o Bana, a Cesária, o Dino, o Ildo Lobo (vocalista d’Os Tubarões), que é o meu artista favorito.”
Faz todo o sentido que comecemos por aqui. Quando era pequeno, conta-nos, pedia sempre para subir ao palco, e um dia, num restaurante, Ildo Lobo fez-lhe a vontade. Podemos imaginar que esse dueto se prolonga no tempo e no basquetebol do Ivan. Em representação da seleção, de resto, é desde os 18 anos um tubarão por direito próprio. Mas as afinidades vão mais longe.
Em 1976, o grupo musical cabo-verdiano Os Tubarões lança Pepe Lopi, um álbum que acabaria por se imortalizar numa das suas faixas, Alto Cutelo. A letra de Renato Cardoso começa por descrever um arbusto que deixara de dar bagas de zimbro. Pela falta de água, as raízes estendem-se até uma profundidade inacessível aos homens. A seca é, a um só tempo, uma constatação óbvia dos efeitos climáticos (e políticos) na paisagem e uma metáfora da vida em Cabo Verde. Recorro a uma tradução do crioulo para o português europeu: “Há uma semana que a mulher não cozinha (em casa) // Está sozinha com o seu filho que trabalha nas estradas (por doze mil réis) // Há muito tempo que o seu marido está em Lisboa (contratado).” Na ressaca de uma guerra colonial, Alto Cutelo apontava de forma esclarecida para uma realidade que pouco ou nada se alterara com a Revolução de 74: “Trabalha lá à chuva e ao vento (ao frio) // Na CUF, na LISNAVE e na Jota Pimenta // Mão-de-obra-barata, por mais que trabalhe (servente) // Mão-de-obra barata, barraca sem eletricidade (come à pressa) // É mais enganado do que o seu irmão branco (explorado)”. Em 2014, esta faixa d’Os Tubarões ganha novo fôlego e atualidade, ocupando um papel central em Cavalo-Dinheiro, filme em que Pedro Costa acompanha o desaparecimento de Ventura, um imigrante cabo-verdiano do Bairro das Fontaínhas, na Amadora. Perdido nas suas próprias memórias, o passado e o presente de Ventura misturam-se e colocam em relevo as consequências en marche da violência colonial.
Nos últimos anos, o desporto português tem sido obrigado a pensar este tema mais a fundo. Com maior ou menor sagacidade de agentes e entidades desportivas, as reações oficiais fazem-nos crer que ainda estamos longe de conseguir olhar criticamente para este legado do país. Instituições como as Federações, ou mesmo os próprios clubes, tendem a refletir a incapacidade dos restantes quadrantes da sociedade portuguesa. Através de estratégias de comunicação pró-visibilidade, são desenhados projetos que convertem complexos problemas sociais, com origens muito diversas, em capital corporativo, impondo moratórias à introdução de mudanças estruturais nas suas jurisdições. Em As Que Não Morrem, a escritora inglesa Anne Boyer reflete precisamente sobre este fenómeno:
Chegados aqui, é provavelmente evidente que muitos aspectos desta experiência são agora mais visíveis, mas muitas das condições pioraram. E a consciência por que tanto se lutou é, na maior parte dos casos, uma variante desapontante da aquiescência, pela qual é preciso lutar sempre, uma e outra vez, voltando a desapontar ao tornar-se de novo banal. Não nos podemos fiar na visibilidade como factor de mudança das relações de poder que ditam quem ou o que é visível, excepto na medida em que as presas visíveis são mais fáceis de caçar.
Lá fora, os anos de administração Trump precipitaram posicionamentos mais firmes por parte da NBA, que se tem deixado motivar por ações individuais de jogadores. No contexto português, em que muito trabalho de base está ainda por fazer, o Ivan tem-nos oferecido um cosmopolitismo articulado, que se pensa a si próprio e aos seus efeitos em várias comunidades. Além das suas posições firmes na denúncia de casos de racismo e xenofobia no basquetebol nacional, o atleta cabo-verdiano do Benfica tem trazido mais mundo para o nosso regime insular. É bicampeão pelos encarnados (21/22 e 22/23), produtor e autor musical, coordenador de projetos desportivos com apurada consciência social, e é ainda um habitué em plataformas vibrantes do basquetebol europeu, como o Quai 54, em Paris, ou a emergente Overseas Magazine. Nesta sala luminosa e “com boas energias”, em plena Rua de São Bento, seguimos a árvore de zimbro em Alto Cutelo, que estende raízes para destinos tão diversos quanto a ilha de Santiago ou o Stonehill College, nos EUA.
A infância “muito feliz” desenha-se ao ritmo dos vales sem fim da Achada de Santo António, na cidade da Praia, percorridos pelo Ivan e pelos amigos nas tardes de torneio interzona. Vivia num condomínio com 22 apartamentos, e por isso nunca lhe faltava companhia para a “balizinha, os carros de lata e a carambola”. Com cinco, seis anos, estudava numa EPIF (Escola de Preparação Infantil de Futebol) e partilhava as quatro linhas com nomes que acabariam por deixar a sua marca no futebol cabo-verdiano, como Stopira: “joguei até aos 9/10 anos. Depois parei, fiz karaté, cheguei a cinturão amarelo duas pontas laranja e ainda experimentei andebol e voleibol.” O encontro com o basquetebol não tardaria, e a imagem de um grupo de miúdos equipados de camisola branca colocou um ponto final aos seus ensaios olímpicos: “Pai, é mesmo isto que eu quero fazer”. O irmão já jogava, e essa referência mais próxima juntou-se às dos cabo-verdianos Rodrigo Mascarenhas e João Paulo. Aos 17 anos, partia para Portugal: “Cabo-Verde é para todos um paraíso turístico, mas quem lá vive sabe que nos educam para sair do país. Nasci nos anos 80 (10/05/1989), e já nessa altura se educava os miúdos para a emigração. Era completar o 12º ano e sair para estudar. És educado para sair e voltar, e muitos dos que saem já não voltam.”
Chega a Portugal em 2006 para estudar engenharia informática na Universidade de Aveiro, e a ideia era continuar a jogar.
“O atual selecionador de Cabo-verde, Emanuel Trovoada, entrou em contacto com o José Eduardo, que na altura era o diretor desportivo da Ovarense, e arranjou-me um lugar em Ovar. Treinava em três escalões diferentes: os juniores, os seniores e ainda com a equipa satélite, o BCO.”
Foi também nesse ano que representou a seleção sénior dos Tubarões pela primeira vez, nos jogos da Lusofonia, em Macau. Por tudo isto, conciliar os estudos e o desporto tornou-se uma tarefa impossível, e em dezembro opta pela pausa letiva. No final dessa época, em 2007, decide seguir os passos do irmão e ruma ao basquetebol universitário norte-americano, por onde permaneceu durante quatro anos. Além de formar mais um engenheiro informático, o Stonehill College também confirmou um futuro que até essa altura ainda permanecia mais ou menos em aberto: “nos Estados Unidos percebi que podia ser profissional. O atleticismo era impressionante. Tinha acabado de chegar e joguei contra Providence, da Division One. Nesse dia tremi, não de medo, mas por estar a assistir a uma coisa nova, completamente diferente. Anos depois, voltei a encontrá-los e correu bem. Nesse percurso percebi que este podia ser o meu futuro”.
Em 2012 regressa a Portugal para representar a Sampaense: “foi difícil, prometaram-me que ia ter um papel diferente na equipa”. Depois de terminada a época e de assegurada a permanência na primeira divisão, um telefonema de Fernando Sá — na altura treinador principal do Vitória SC — carimba a sua ida para Guimarães: “uma época incrível. Ganhámos a Taça de Portugal, e ainda joguei com o meu irmão. A equipa uniu-se, e isso permitiu-me tirar cá para fora tudo o que tinha dentro de mim.”
França e a Pro B eram o destino seguinte. A parada e o nível competitivo subiam consideravelmente, e Lille servia de porta de entrada para um país em que o Ivan confirmaria todo o seu potencial:
“o primeiro ano em Lille foi complicado. Fizemos seis jogos, perdemos os seis, e houve uma mudança de treinador. O treinador adjunto assumiu e queria cortar-me. A direção segurou-me. Foram meses de muito trabalho. O jogo era muito físico, muito exigente. No segundo ano, venho mais forte e acabo por ser o melhor marcador da Pro B. Numa altura em que já tinha os olhos postos na Pro A, surge um projeto de subida aliciante, em Roanne. Não correu bem para a equipa, mas consolidei-me como jogador.”
Em janeiro de 2017, por via do Cholet, Ivan estreia-se na elite do basquetebol gaulês, partilhando balneário com o ex-NBA David Noel e com uma cara conhecida dos adeptos de Ovar: o poste Graham Brown. A carreira prossegue para leste, até à Polónia, onde veste as cores do Anwil Wloclawek, emblema em que se sagra campeão por duas ocasiões. A transição para um estilo de jogo mais assente na técnica individual beneficiou o cabo-verdiano, que atuou em quatro posições (de base a extremo-poste), guiado pelo treinador croata Igor Miličić. Ainda a leste, participou na VTB League ao serviço dos estonianos do Kalev. Mais tarde, quando estava quase tudo acertado com os turcos do Darussafaka, é-lhe diagnosticada uma multifratura no pé direito. Segue-se um período de recuperação em Paris. Durante os anos atribulados da pandemia, passa por Itália e Israel, e volta ainda a Wloclawek.
Regressa a Portugal com a época 21/22 em curso, perfeitamente a tempo de ser peça-chave na conquista do campeonato pelos encarnados. Nesse ano, a final é decidida entre FC Porto e SL Benfica. Terminado o jogo 3, disputado no Dragão Arena, Ivan Almeida denuncia inúmeros comentários racistas vindos das bancadas: “preto, macaco, volta para a tua terra”. Após a exposição pública feita por um amigo, o extremo das águias escreve que
O silêncio também é racismo. E sei que vem para aqui muita gente dizer para mostrar dentro do campo, para não ligar, que as pessoas são estúpidas e que outras não sabem o que dizem. Outros vão dizer [que] não há racismo em Portugal e que me estou a fazer de vítima. Digo-vos também que por baixo deste atleta profissional africano tem um ser humano como todos”.
No basquetebol português, em anos recentes, esta terá sido a primeira vez que um atleta fez uma exposição pública tão esclarecida. Responder dentro de campo, como bem antecipa, seria parte das funções prescritas a um jogador, aconselhado a ignorar uma ação criminosa de que foi vítima. Lembra-nos que por esses dias “recebeu várias mensagens de pessoas em situações diferentes”, que não têm uma “plataforma para expressar a sua opinião. Há muitas pessoas que se falarem não têm voz, é como se estivessem em mute. É importante que quem tem essa plataforma comece a abordar estes assuntos que estão presentes em Portugal e não só.”
Na mais recente edição da revista Humanista, da Amnistia Internacional, Sara Dias Oliveira conversa com quatro atletas que atuam em Portugal e questiona-os sobre episódios em que foram vítimas de racismo. Ivan Almeida é uma das pessoas que dá voz a estas denúncias. Neste terceiro número da publicação, o internacional cabo-verdiano volta a abordar o que aconteceu no Dragão Arena. Lemos que “o diretor desportivo avisa o comissário de jogo que fala com o árbitro. Nada acontece, o jogo prossegue”. No quarto encontro da mesma eliminatória,
“Ivan Almeida está, por momentos, no banco. “Precisas de bananas?” Se calhar, precisas de bananas”, escuta atrás de si. Não responde. O Benfica ganha, é campeão, levanta a bandeira do seu país e põe um dedo à frente da boca para calar racistas. É acusado de incitamento à violência no relatório do jogo, sobre os insultos nem uma linha”.
Quem acompanha a modalidade de perto percebe que este momento marca uma mudança. Se, por um lado, este episódio representa um novo fôlego mediático na luta de várias comunidades residentes em Portugal, por outro assinala o início de uma série de tentativas de descredibilização do Ivan: “depois de ter falado desse tema, apareceram várias pessoas que me queriam mostrar que não podia vir para aqui falar como queria. Quem é que eu pensava que era? Tentaram sujar a minha imagem, dizendo que só tinha sofrido esses insultos porque tinha provocado o público.” Os ataques recentemente sofridos por Vini Jr., em Espanha — tema mencionado pelo extremo ao longo da nossa conversa — , percorrem a mesma narrativa. Em ambos os casos, o silêncio institucional precipitou a intervenção isolada dos atletas, que se defenderam por conta própria de caracterizações psicológicas nada inocentes:
inventam de tudo para criar uma imagem da pessoa que eu represento: um preto que é agressivo, descontrolado, que não é educado. Assim, justificam o que acontece comigo. É uma estratégia muito básica, mas que tem o mesmo incentivo que o racismo: incutir o medo para que as pessoas não falem, não se expressem.
A época 22/23 devolveu ao basquetebol português a projeção mediática de outros tempos. A prestação europeia do Benfica, que competiu na FIBA Champions League, fez um país inteiro acompanhar a audácia dos encarnados eliminatória após eliminatória: “colocámos o Benfica e o basquetebol português no mapa. Jogámos contra equipas da ACB e ganhámos, jogámos contra equipas da Pro A e ganhámos. Demonstrámos que de certa forma em Portugal se pode investir para jogar na Europa.”
Se dentro de campo dávamos passos importantes para a revitalização do basquetebol nacional, fora da quadra as dificuldades eram outras. A mega-campanha nacional “Não sejas bully de bancada”, promovida pelo IPDJ e difundida pelas Federações de Futebol, Basquetebol, Andebol, Voleibol e Patinagem propunha-se a prevenir e combater a violência no desporto. No mesmo vídeo, crianças que imaginamos serem praticantes federados reproduzem um conjunto de insultos que fariam parte do repertório de pais e encarregados de educação:
- «Aprendi com o meu pai que o árbitro é ladrão e a mãe dele é uma prostituta».
- «Aprendi com o meu tio que ser um bom adepto é beber até cair».
- «Aprendi com o meu padrinho que um jogador preto deve ser chamado de macaco».
A clara ingenuidade desta campanha remete-nos, entre outras questões, para “os problemas da visibilidade” que Anne Boyer expõe no excerto acima (banalização, nivelamento). Tratando-se de uma iniciativa lançada por um organismo estatal, e que envolve algumas das Federações com maior expressão no país, torna-se difícil compreender e aceitar o fraco julgamento no planeamento da ação. Partilhada amplamente por clubes sob alçada destas instituições, a campanha foi recebida positivamente e de forma consensual, assim se revelando o regime de superficialidade em que circulou. A ausência de vozes contrárias é o melhor indício de que dispomos para exigir mudanças estruturais.
Fizeram uma campanha em que colocam um “macaco, vai para a tua terra” ao lado de um “a tua mãe é uma prostituta”. E nivelam assim as duas coisas com o hashtag #nãosejasbullydebancada. O primeiro constitui um crime, enquanto que o segundo é um desrespeito, um insulto. É triste ver isto passar às claras e ninguém dizer nada. Estão a normalizar o racismo, a dar a entender que é a mesma coisa do que insultar alguém nos outros registos. Como é que uma campanha destas sai e ninguém vê que está errada, que reflete um racismo institucionalizado? Há muito trabalho de base a fazer. Ainda vejo no Twitter livros de história em que se descreve que os portugueses foram a África e se uniram com o povo africano. Sabemos bem que não foi nenhuma união. É difícil falar destas coisas, mas não se pode romantizar uma história colonial e passar essa versão à sociedade. Depois é impossível que essa sociedade olhe para os povos dos PALOP como seres humanos, sem uma base de superioridade. Isso é incutido na escola, na educação. É preciso deseducar o que se aprendeu para reeducar.
Desde 2018 que a bandeira cabo-verdiana tem lugar cativo no Quai 54, o maior e mais reconhecido torneio de basquetebol de rua do mundo. “Somos uma família, jogo com o meu irmão, com o Betinho”. 14 nacionalidades, distribuídas por 16 equipas, juntam-se em Paris para um evento que celebra a diversidade cultural na modalidade. A competição tem-se revelado uma incubadora de projetos vibrantes e um ponto de encontro para criativos ligados ao desporto. É o caso da Overseas Magazine, que na sua segunda edição traça um perfil de Ivan Almeida em plenos bastidores. Este verão o Quai 54 celebrou duas décadas de existência, e no rescaldo do torneio a publicação italiana voltou a destacar a delegação parisiense dos “tubarões”.
Perante uma debilidade governamental com bases obviamente históricas, há quem arregace mangas e faça o possível. A aminga é um campus de verão que decorre em São Vicente e que se propõe a aliar o desporto a uma “vertente mais educacional, com aulas de informática, inglês e nutrição”, como esclarece Sofia Ramalho Gomes em declarações ao jornal O Jogo. Em conjunto com João Betinho Gomes, organiza este ano a terceira edição do projeto. Em 2015, na Cidade da Praia, Ivan Almeida e o irmão, Joel Almeida, dinamizaram o Crioulo Stars, um campus de basquetebol que trouxe à capital cabo-verdiana treinadores, árbitros e jogadores profissionais. Além de oferecer formações diversas, o Crioulo Stars percorreu igualmente alguns dos bairros mais desfavorecidos da ilha, convertendo-os em campos de jogo: “vieram o Betinho, o Arnettte, o Carlos Andrade. São todos atletas cabo-verdianos, mas os miúdos nunca os tinham visto jogar. Se queres alimentar um sonho, é difícil construir uma estrutura sem um ponto de referência.”
A seleção cabo-verdiana de basquetebol tem-se revelado um importante pilar. No próximo mês de agosto, pela primeira vez na sua história, os “tubarões” marcarão presença numa fase final do mundial de seleções, um feito impressionante para uma nação com cerca de 600 mil habitantes. “É uma felicidade ouvir os miúdos dizerem que quando forem grandes querem ser o Edy Tavares, o Ivan Almeida ou o Fidel Mendonça. Há uma febre e querem todos começar a jogar porque vamos ao mundial”. Mas esta presença terá um alcance limitado se não houver um “retorno de investimento estrutural em Cabo Verde. É preciso introduzir níveis profissionais, planear a longo termo, criar centros de alto rendimento. Capacitar atletas para o mundo do desporto e para a vida profissional.”
A 19ª edição do Mundial de Basquetebol joga-se em três países diferentes, num total de cinco cidades, e Cabo Verde arranca a sua participação no Japão. Durante os playoffs da Liga Betclic, o Ivan usou sapatilhas da Common Enemy, uma marca norte-americana que, entre outras iniciativas, doa 5% de todas as compras a projetos pró-saúde pública nos EUA, como a Healthcare-Now ou a Paide Leave For All. “Vou ver se nos patrocinam com sapatilhas para o mundial”, diz-me. Seria um match perfeito.
Numa altura em que correm rumores de que Ivan Almeida pode estar de saída do Benfica, seja qual for o desfecho, o universo da modalidade tem a agradecer tudo aquilo que o extremo das águias tem feito por nós. Melhor do que ninguém, forçou novos caminhos e discursos, e contribuiu ativamente para a reabertura de um passado nacional por interpretar. Que tudo isto tenha partido de um jogador que não se limitou a responder dentro de campo só nos pode encher de esperança.
O Ivan subiu ao palco e convidou o basquetebol português para um dueto. É tempo de agarrarmos a nossa deixa.
Short Answers:
Comida e bebida favoritas: lagosta e limonada de morango;
Um treinador e um jogador: Phil Jackson e Michael Jordan;
Filme favorito: os da Marvel;
Um álbum de música: Ildo Lobo, Incondicional
Um herói: os meus pais.
Desejo para o futuro: peace and love para a humanidade.