Bob Myers, presidente e dirigente dos Golden State Warriors desde 2012 e responsável por todas as decisões relacionadas com o plantel desde então, anunciou ontem, dia 30 de maio, que iria abandonar o cargo, chegando até ao fim do seu contrato, que termina em junho.
Duas vezes executivo do ano, em 2015 e 2017, ambos anos em que ganharam campeonatos, com a última a corresponder à reorganização da equipa de modo a acolher Kevin Durant. Esta adição não foi fácil, foi essencial a boa vontade dos jogadores, Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green, que aceitaram um contrato relativamente menor em prol do sucesso da franquia, recolhendo os frutos disto com 4 aneís de campeão.
Esta saída será certamente sentida pela liga, mais pelos Warriors, que entram na offseason com muitas dúvidas relativamente ao futuro do “Big 3” previamente referido, com Draymond a ter uma “player option”, dando a escolha ao jogador de permanecer na equipa, com um contrato de 27.5 milhões de dólares. Para Klay Thompson a situação é algo diferente, este tem um contrato garantido com a equipa na próxima época, mas a receber 43 milhões de dólares, não sendo um valor representativo da qualidade que vimos esta última época e nos playoffs, é incerto se Thompson conseguirá terminar a temporada em São Francisco.
Mas de que modo é que a saída de um executivo, sem qualquer garantias que vá para outra equipa, influencia o panorama geral da liga? É simples, com a entrada de um novo GM, possivelmente Mike Dunleavy Jr, ou o filho do dono Joe Lacob, Kirk Lacob. Passo a explicar, com Myers, a pessoa responsável pela união e criação destes plantéis vencedores, existia uma relação mais próxima com os jogadores, sendo necessário que algo absurdo ou extremo aconteca nos playoffs, por exemplo, uma saída na primeira ronda, para separar e assumir uma espécie de rebuild. No entanto, com um novo GM, especialmente se for alguém sem experiência no ramo, irá tentar ao máximo criar um impacto de imediato, quer seja com alguma troca repentina por um jogador All-Star, ou por decidir apostar tudo numa escolha do draft que possa revitalizar o franchise.
E com estas decisões acontece o “Butterfly Effect”, com jogadores a decidir não assinar contrato com a equipa de Golden State, talvez apostar em mercados mais pequenos, que por sua vez acaba por dar uma maior oportunidade a estes, vendo os Warriors lentamente a cair nas classificações, Stephen Curry a ter de se debater se o seu futuro é mesmo ser um “Warrior” na íntegra da sua carreira, treinador e restantes jogadores a serem trocados, deixa de existir o conceito de lealdade que exisita entre o front-office e o plantel, tornando este mercado num local indesejado pelos restantes jogadores.
Mas é claro que isto são apenas suposições e hipotéticos, nunca se sabe realmente o que poderá acontecer com esta alteração. Talvez seja mesmo o necessário após uma temporada algo dececionante pelos ex-campeões, uma lufada de ar fresco para acordar o plantel, tentar atraír reforços com uma ideia nova da franquia, talvez seja mesmo esta a escolha certa para os Warriors, mas só o tempo dirá…
Em 2012, ninguém diria que esta equipa se tornaria na dinastia que hoje é, tendo alcançado o melhor registo da temporada regular de sempre em 2015-16, com 73 vitórias e apenas 9 derrotas, com 4 campeonatos no total, é o fim de uma era, mas talvez o início de uma nova?