10 campos que são obras de arte e vais querer conhecer

Verdadeiras obras de arte, incluindo as intervenções de CONTRA e dos Halfstudio.

Para a felicidade dos apaixonados da nossa modalidade e da arte urbana, o campo de basquetebol pode servir como a tela perfeita para artistas de todo o mundo se exprimirem. Com muita imaginação e talento, é possível cobrir uma grande área de superfície e criar uma obra icónica. Figuras geométricas, desenhos, lettering, ilusões de ótica e explosões de cores cabem todas num campo. E, claro, além de contribuirem para deixar o mais bonito, servem para dinamizar a comunidade local e aumentar o amor pelo jogo.

Confere sete campos que receberam intervenções artísticas e se transformaram em obras de arte a céu aberto:

1. Nápoles, Itália

Membros do Truly Design Studio, um grupo sediado em Turim, foram até Nápoles, no sul de Itália, para criar um campo que tem como destaque uma grande ilusão de ótica. A obra é designada por “O Passado / O Futuro” e transforma-se de acordo com o ponto de vista de quem observa a pintura.

“A inspiração desta intervenção veio do novo álbum do músico Clementino: “Tarantelle”. É um registo sobre o renascimento e a contínua tensão humana e artística entre passado e futuro. Estas são as palavras que escolhemos pintar, no dialeto napolitano, para festejar a cidade que nos acolheu e tanto nos inspirou no imaginário poético do rap”, afirma o grupo.

TRULY DESIGN Crew x Spotify – Clementino, Anamorphic Basketball court from TRULY DESIGN Crew on Vimeo.

2. Braga, Portugal

Foi do artista português Contra que teve a missão de agarrar numa tela de 1000 metros quadrados e de criar o maior campo icónico de basquetebol da Europa. A iniciativa foi promovida pelo Município de Braga e por nós, a Hoopers, e deu também lugar ao primeiro campo oficial exclusivo de 3×3 em Portugal. Além disso, também revitalizou o polidesportivo de São José com um total de 7 tabelas de basquetebol. “Percebemos de imediato o enorme potencial do projeto na transformação desportiva, social e cultural daquele espaço e região. Este projeto vai permitir também devolver a prática do Basquetebol aos Leões das Enguardas – um dos históricos desta modalidade na região – mas também fomentar a prática informal dos jovens e a dinamização do local por parte dos outros clubes da região”, disse Sameiro Araújo, Vice-Presidente do Município de Braga.

O campo também serviu de inspiração para o artista MAZE criar a música RUA, uma declaração de amor ao Basket e à rua.

3. Cidade do México, México

O estúdio de design mexicano _All Arquitectura_ foi responsável pela obra de arte de traços simples, porém vibrantes, que revitalizou parte do bairro de Valle del Chaco. A área, considerada a mais violenta da capital mexicana, é também um dos maiores subúrbios do mundo. “O projeto devolveu à comunidade um espaço habitacional numa das áreas de maior marginalidade e criminalidade da Cidade do México. A obra apresenta uma proposta de mudança e surge da necessidade de desenvolver espaços públicos de qualidade em zonas marginalizadas de várias cidades do mundo”, afirma o estúdio.

Foram necessários apenas dois tons de azul para criar a obra de arte, num espaço que pode ser utilizado para basquetebol e futebol. O local ainda recebeu bancadas, balneários e equipamentos de fitness.

4. Nova Iorque, Estados Unidos

O campo de Stanton Street, em Manhattan, recebeu a intervenção de “Kaws”, artista norte-americano conhecido pelas suas obras coloridas que remetem para o universo dos desenhos animados e cartoons. Ainda que hoje este artista resida em Brooklyn, Kaws morou ao lado deste campo durante os anos 90, o que tornou esta intervenção – além de um projeto artístico – uma experiência pessoal. A obra fez parte da campanha “New York Made”, promovida pela Nike, que teve como objetivo de realizar uma série de colaborações e intervenções na cidade.

“A minha abordagem para este projeto foi semelhante à forma como eu trabalharia uma tela. Eu queria encontrar algo que fosse fiel à minha linguagem, mas sem esquecer que este campo seria usado para o desporto. Eu quis encontrar o ponto ideal entre o visual e o funcional”, disse o artista.

5. Lisboa, Portugal

A dupla de arte urbana Halfstudio, em mais um projeto desenvolvido pela Hoopers, teve a responsabilidade de revitalizar o mítico campo de basquetebol do Bairro dos Lóios, em Chelas, mais conhecido por Chicago. A história deste campo começou em 1992, quando Oliveira Donbell, mais conhecido por “Maninho“, chegou a Portugal vindo de Angola e se instalou naquele bairro. Apaixonado por basquetebol, Maninho montou uma tabela no local e pintou no chão um touro, em homenagem à lendária equipa de Michael Jordan, os Chicago Bulls. E foi assim que a Mariana Branco e o Emanuel Barreira, artistas que tem o lettering como elemento central, trabalharam para destacar os componentes desta incrível história: Chelas e Chicago.

Assim como no campo de Braga, o lançamento do Chicago x Chelas também esteve associado ao universo musical. O projeto foi o mote para o regresso de Sam The Kid ao seu primeiro grupo, os Official Nasty, com um novo single. Ao lado de Daddy-O-Pop, o grupo inspirou-se na intervenção artística e lançou a música “Não é só um game”, que fala sobre a ligação das gerações que cresceram em Chelas a jogar basquetebol.

6. Aalst, Bélgica

Para a obra da pequena cidade belga, a artista Katrien Vanderlinden procurou inspiração nos blocos de construção das crianças. A obra traz referências ao Memphis Group, grupo italiano que revolucionou o design na década de 80 com a combinação de diferentes formas geométricas e a mistura de cores ousadas, como amarelo, azul e rosa.

“Inspirei-me numa caixa de brinquedos repleta de blocos de construção. Adorei as linhas e as formas simples – quadrados, retângulos, círculos, triângulos de todos os tamanhos – que cabiam nessa caixa. Gosto do facto de ser possível jogar basket mas, ao mesmo tempo, que o design possibilite às crianças a possibilidade de criarem os seus próprios jogos”, disse Katrien Varderlinden ao portal Dezeen.

7. Kinloch Park – Missouri, Estados Unidos

Foi o artista William LaChance, natural de St. Louis no Missouri, quem teve a oportunidade de realizar um mural gigantesco para cobrir três campos de basquetebol. A iniciativa teve como objetivo trazer mais vida ao bairro e também unir ainda mais os apaixonados por basquetebol da região. “O projeto aconteceu numa localização ótima e de extrema relevância histórica. Após anos de pobreza e corrupção, Kinloch está à beira de se transformar numa cidade fantasma. Este projeto pode ser o início de uma nova era de revitalização”, afirmou o artista.

A obra é composta pela junção de cinco pinturas a óleo, que o artista colocou lado a lado para formar um único mural. A inspiração foram as próprias formas presentes num campo normal de basquetebol, porém distribuídas de uma maneira diferente. As cores usadas foram azul, verde, vermelho, amarelo, castanho e cinza. Já as linhas do campo foram pintadas a branco para ganharem maior destaque na obra.

8. Lisboa, Portugal

Pelas mãos do artista urbano Flix nasceu, aquilo que se veio a tornar, um dos campos mais icónicos da zona de Lisboa. Durante o final dos anos 90 e início dos anos 2000, os espaços do porto de Lisboa foram um local histórico para os torneios de basquetebol 3×3. Este projeto foi promovido pela Administração do porto de Lisboa e pela Hoopers.

A intervenção de Flix funcionou como um grande mural artístico e presta homenagem às origens e valores deste lugar. Do alto, avista-se um conjunto de bandeiras náuticas que formam a palavra “Alcântara” . Este espaço contém duas quadras de basquete 3×3 e as suas linhas de lance livre remetem às bóias de salva-vidas, local onde os jogadores de basquete vão frequentemente para “salvar” uma jogada ou até mesmo, um jogo.

9. Paris, França

No coração de França, Paris, está um dos campos mais disputados pelos Hoopers. O campo foi projetado por Stephane Ashpool em colaboração com a sua marca de moda francesa Pigalle e a agência de criação de conteúdo parisiense ill-studio.

Está localizado bem no meio de Paris, entre dois prédios num espaço bastante reduzido. Embora não seja o melhor campo para se jogar, sem dúvida que é uma obra de arte.

10. Lisboa, Portugal

A Calçada de Carriche foi o local escolhido para homenagear Kobe Bryant. A Hoopers, a Galeria de Arte Urbana (Galeria de Arte Urbana – Câmara Municipal de Lisboa) e a Junta de Freguesia do Lumiar, juntaram-se a Hélio Bray, um artista de arte urbana, e promoveram a requalificação de um novo campo de basquetebol de rua na Calçada de Carriche.

Para Hélio Bray “este foi o maior projeto que já participei e me deu a chance de mostrar diferentes lados do meu trabalho. A conexão que senti com esta homenagem e a história deste lugar me emocionou desde o início. Estou extremamente feliz com o resultado final e espero que este projeto inspire as novas gerações”.

Este campo foi também o mote para o artista Lancelot, um rapper português, para lançar o single “O campo”, inspirado neste projeto.

Escrito por: Hoopers