Timeout com: Sara Barata

Estivemos à conversa com a jovem base portuguesa.

“Um dos meus maiores objetivos é um dia integrar a seleção sénior.”


Sara atuou em 31 jogos onde registou em média 1.2 pontos, 0.8 ressaltos e 0.3 assistências em 6.3 minutos. Não foi uma época fácil, mas ficou a certeza de que a Sara irá fazer por mais e melhor.

Aqui fica a conversa que tivemos durante este timeout:

Hoopers (H): Como avalias a tua 2.ª época nos EUA? tanto a nível pessoal como coletivo? sentes que existe um tratamento diferente por não seres americana, numa equipa universitária tão nacional e num país que valoriza tanto o “jogador americano”?

Sara Barata (SB): A minha segunda época nos Estados Unidos foi difícil e desafiante. Aprendi muitas coisas e tive experiências incríveis. No entanto, decidi mudar o meu caminho e vou trocar de equipa. O tratamento é um bocado diferente mas não é um fator que faça muita a diferença. Cada vez mais são recrutadas jogadoras internacionais e acho que têm tido mais oportunidade.

H: Porquê deixar Portugal para jogar basquetebol no estrangeiro? e porquê os EUA?

SB: Queria ter uma experiência diferente em nível de basquetebol e poder jogar enquanto tiro uma licenciatura. No meu caso, Engenharia mecânica.

H: O que levas da Europa que te permite ver o jogo de forma diferente nos EUA?

Sabemos que a velocidade, o 1v1 e a fisicalidade são os aspetos macro que caracterizam o basket nos EUA.

Posto isto, como olhas para as diferenças a nível do jogo jogado?

SB: Acho que a maior diferença entre o basket europeu e o americano é o facto de na América as jogadoras são muito avançadas individualmente e valorizam bastante o 1v1. No entanto aqui deste lado aprendemos a jogar um bocado mais sem bola e a ler o jogo de uma maneira diferente. O que é positivo também!

H: Quais foram os aspetos que tiveste de te focar mais no teu jogo para conseguir encaixar melhor nos EUA e ganhar o teu espaço? Seja aspetos técnicos, táticos, físicos ou psicológicos.

SB: Em termos de aspetos técnicos, tinha de encontrar uma coisa que fosse especificamente boa para ganhar o meu espaço e tempo. No meu caso seria a intensidade a defender e “crushing the boards” sendo uma das extremos mais altas da equipa. Tentava me focar nos pequenos detalhes do jogo que faziam diferença acumulados. Psicologicamente tinha de arranjar uma maneira de estar motivada porque nunca sabia quanto tempo é que ia estar dentro de campo. Tinha de estar sempre pronta a reagir e jogar quando o meu nome fosse chamado.

H: Qual o papel que o teu irmão, João Guerreiro, teve na tua iniciação na modalidade? e de certo modo, em todo o teu processo de formação e crescimento como jogadora?

SB: Eu comecei a jogar basket por causa do meu irmão, do meu Pai, avó e da própria cidade em si. No Seixal o basquete é o desporto mais falado e vivido de uma maneira intensa. Além disso, a minha família sempre foi muito próxima do clube e o meu Pai foi jogador lá.  Eu não tenho memórias de infância sem jogar basket.

H: O que significa para ti representar a seleção nacional? Fala-me sobre a importância dos estágios? Festa do Basquetebol em Albufeira? Europeus? etc

SB: Para mim representar a seleção nacional é tudo. É sempre uma honra e um prazer enorme ir aos estágios e europeus. Sem dúvida alguma, os verões de formação e o CAR foram fundamentais para o meu crescimento como jogadora e até como pessoa. Foram experiências incríveis e sou sortuda por ter sempre ido. Um dos meus maiores objetivos é um dia integrar a seleção sénior.

Albufeira era sempre a parte preferida do ano!

Não há nenhum evento como este. São as melhores memórias que tenho do basket e fiz amizades para a vida. Para além disso, mesmo depois de ser sub16, continuei sempre a ir todos os anos ver basket

H: Por fim, como conheceste o Neemias Queta?

SB: Eu conheço o Neemias desde sub-12 através da seleção distrital de Setúbal e porque o meu irmão com 15 anos foi jogar para o Barreirense. Eles sempre foram amigos muito próximos e eu desde de muito nova que os via jogar juntos.



Escrito por: Martim Figueiredo