Timeout com: Ana Barreto

" Estivemos à conversa com a jovem portuguesa"

Ana Barreto é mais uma portuguesa a rumar para os EUA, para representar a Ball State University, de Indiana.

Ana Barreto é filha do antigo jogador Nuno Barreto que jogou no Benfica. A sua carreira começou no Algés, mas foi desde cedo para os Lombos, onde também foi logo destaque. Chegou ao Benfica nas duas últimas temporadas. 

Realizou um grande europeu de sub-16 em 2019 onde foi destaque e também brilhou no 3×3, onde Portugal conquistou o terceiro lugar em 2020 no campeonato dos países de língua portuguesa.

Este verão registou 12.4  pontos, 4.4 ressaltos e 1.1 assistências, 1.9 roubos de bola e 0.4 desarmes de lançamento em 7 jogos no Campeonato de Europa, ao serviço da equipa das Quinas, no escalão sub-20. Portugal terminou em sexto lugar e a jovem craque ainda esteve na discussão para MVP da competição.

Ocupou o 9.º lugar na média de pontos por jogo, o 27° lugar na média de ressaltos por jogo e o 29.º lugar na média de assistências por jogo. 

Aqui fica a conversa que tivemos durante este timeout:

Hoopers (H): Como avalias a época que terminou, do ponto de vista individual e coletivo?

Ana Barreto (AB): Individualmente foi um época que eu considero de evolução no meu jogo pois fui desafiada a treinar e jogar fora da posição para a qual fui ensinada a jogar, praticamente joguei sempre nas posições 4/5, mesmo assim conseguindo jogar em alguns jogos e ajudar em alguns momentos de lesões a minha equipa. Coletivamente, não podia ter sido melhor. Tive o orgulho de representear e ganhar títulos no maior clube português que é o SLB e ganhamos todos os títulos que disputamos (Campeonato, Taça, Supertaça e Taça da Liga). Tive a oportunidade de trabalhar diariamente com atletas que nunca tinha pensado sequer conhecer. Por fim tive a grande oportunidade de representar Portugal no Europeu da Divisão A de sub20 e contribuir para atingir o sexto lugar e igualar o melhor resultado de sempre conseguido por esta seleção. Foi como terminar em beleza a minha evolução como jogadora antes de abraçar o me próximo desafio nos estados Unidos.

H: O que te levou a tomar a decisão de rumar para os EUA? e o que esperas da próxima época? 

AB: A principal razão é de na minha opinião a única forma de jogar e treinar basquetebol ao mais alto nível e conseguir conciliar com a minha carreira académica é de o fazer numa universidade norte americana. Como eu quero muito continuar a jogar a um nível alto e estudar optei pela oportunidade que surgiu com a Universidade Ball States em Indiana.

Esta oportunidade surgiu com a ajuda de um grande amigo da família que é o Carlos Andrade e desde o início das nossas conversações a equipa técnica da Universidade mostrou muito interesse em receber-me e dar-me esta oportunidade. Isto tudo fez com que tivesse optado por vir jogar na qa divisão da NCAA e passar a ser uma Cardinal. As minha expectativas para este primeiro ano de freshman é de conseguir integrar-me bem no ambiente e no dia a dia da universidade e da equipa de basquetebol e ajudar em jogo para conseguir levar a nossa equipa às finais da nossa conferencia (Mid American).

H: Quais os aspetos do teu jogo onde te sentes melhor preparada? e onde é que achas que podes estar mais vulnerável?

AB: O aspeto do jogo onde me sinto melhor preparada tem a ver com a capacidade que tenho de jogar aberto em qualquer posição pois consigo ajudar as bases quando é necessário, jogo a extremo por natureza e agora também consigo jogar a poste lá em baixo e contribuir para as necessidade da equipa em qualquer situação. Já deu para perceber nos primeiros treinos que os aspetos onde me sinto mais vulnerável são relacionados com os aspetos físicos onde aqui já vi que se trabalha muito mais forte, aqui as ateltas são mais rápidas, mais fortes. Já comecei a trabalhar diariamente para conseguir encontrar-me num nível melhor quando a competição começar em Novembro! Quero muito conseguir ter um papel de relevo aqui na Universidade Ball Sate.

        

H: Portugal esteve muito bem no Europeu sub-20 onde foste a principal referência. Fala-nos do grupo e do desempenho na competição.

AB: O nosso grupo vale como um todo, muitas de nós (8) fomos colegas no CAR durante 2 anos e temos uma relação muito forte entre nós. Algumas de nós já tínhamos feito um europeu de sub16 há 2 anos na Divisão B, onde conseguimos subir e ainda consegui ser eleita para o cinco ideal.

O meu desempenho foi fruto do trabalho da equipa, dos treinadores que foram sempre muito abertos na comunicação connosco e ao mesmo tempo muito exigentes. Eles foram fundamentais a darem-nos sempre confiança, mesmo nos momento onde as coisas não corriam tão bem.

Por fim o facto de eu e a maioria das colegas já competirmos na seniores acho que também ajudou para o nosso desempenho.

H: O que achaste das prestações nos diversos europeus onde as seleções femininas participaram e mostraram bastante qualidade?

AB: O desempenho foi espetacular pois as sub18 conseguiram um segundo lugar na divisão B e possivelmente a subida á divisão A e para as sub16 nem consigo encontrar a palavra certa ao conseguirem um quarto lugar na divisão A e um desempenho muito bom em quase todos os jogos.

Agora é preciso continuar a trabalhar connosco, acreditar em nós e darem mais oportunidade de jogo no escalão sénior para aquelas que lá estão. Para aquelas que vão continuar a competir nos escalões de formação, o maior desafio é de terem jogos competitivos pois ainda existe uma discrepância muito grande no campeonato reginais.

H: Por fim, como te descreves durante um Timeout?

AB: Tento estar 100% concentrada, ouvir as indicações dos treinadores e tentar interiorizar o que é fundamental.


Redação:
Hoopers

Escrito por: Martim Figueiredo